Espécies

A Escolha da Espécie

2 de julho de 2016

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A Escolha da Espécie

Para quem nunca criou, a escolha da espécie é fundamental para o sucesso desse novo membro na família, escolher o que mais se adapta a sua realidade evita frustrações e arrependimentos futuros, por isso decidimos escrever a Séria: Tudo que você precisa saber antes de comprar uma ave.

Cada espécie tem suas peculiaridades, seus pontos positivos e negativos. O segredo de uma convivência longa e duradoura é conhecer as características e necessidades, e longe da emoção e empolgação, se perguntar – Posso conviver com isso? É importante compreender que toda criação é perfeita, algumas vezes não é perfeita para nossa realidade. Alguns pontos são importantes considerar:

a. Trabalho o dia inteiro, viajo constantemente ou estou sempre fora de casa – Aves vivem em BANDOS, ou seja, precisam de companhia para ser feliz, e o HUMANO faz parte do bando, se você adora viajar e viver fora de casa não é uma boa ideia criar;

b. As vezes preciso viajar a trabalho ou viajo com a família – Aqui deve-se considerar se tem alguém da família que possa cuidar nessa ausência temporária, ou hotel e clinica especializada em hospedagem. Não é aconselhável deixar só por maior estoque de água e comida que se deixe, acidentes podem e acontecem. O tipo da espécie aqui também faz diferença, uma coisa é uma pessoa pedir para alguém (amigo, parente) cuidar de uma calopsita por exemplo, outra coisa é chegar com um bico poderoso como Arara e Cacatua, então as dificuldades nos momentos de necessidade de se ausentar, seja por lazer, trabalho, doença e etc, são bem mais complicadas com aves de maior porte;

c. Sensibilidade a Barulho – A sensibilidade ao barulho por menor que seja afeta algumas pessoas, então se qualquer barulhinho lhe irrita, ou você presa por silêncio aves não são para você. Se sua tolerância é um pouco maior, mas um nível alto de barulho lhe incomoda, pesquise as espécies que estão no topo da escala de alto nível de ruídos como as Jandaias e araras para não ter surpresas;

d. Espaço – Ao contrário do que se pensa, as aves não tem que se adaptar ao espaço que você tem, é o humano que tem que adaptar o espaço as necessidades da ave. Ela física e psicologicamente vai precisar de espaço para se sentir confortável, e não vai entender porque numa casa tão grande seu espaço é mínimo, com o tempo e estrutura inadequada tende a apresentar problemas comportamentais que podem evoluir para coisas bem mais sérias como agressividade, depressão e automutilação. O tamanho mínimo de uma gaiola deve corresponder a duas vezes o tamanho das asas abertas. Elas precisam de um local calmo, longe de pancada de vento, e que tenha luz solar direta para os banhos de sol (necessários para sintetizar a vitamina D). Hoje com Carola (arara) crescendo vejo como foi importante a decisão de só ter depois que o viveiro externo ficou pronto. Ele foi fundamental para garantir inclusive a segurança dela, afinal é muito tenso ficar com panela no fogo e uma arara voando em cima do fogão. Os números de acidentes domésticos com psitacídeos são bem expressivos, a gaiola ou um bom viveiro garantem a segurança deles em alguns momentos. Se você não dispõe de espaço esqueça das aves de grande porte;

e. Ele é Manso? – Olha aqui é um ponto que sempre gera confusão, muita gente confunde ser manso com nunca vai bicar, esclarecendo = Ser manso significa que ele lhe aceita como membro do bando, gosta de você, não vai lhe atacar. Porém, se você por algum motivo estiver desagradando, incomodando, ou ele estiver necessitando de algo (fome, banho, silêncio), se estiver com dor, não estiver gostando do local onde esta o viveiro, ou por mais uma dezena de motivos, ele mesmo manso, vai lhe bicar pela incapacidade de falar e pela sua desatenção. Só que normalmente é uma bicada que dói, mas não é igual a uma bicada de ataque, essa sim é preocupante pelo estrago que pode fazer.

f. Quero dar de presente para minha mãe – Já me deparei com quem quisesse dar uma arara de presente para uma senhora de 75 anos, enfim, a questão é que algumas aves tem um nível alto de energia e dominância que vão de encontro ao ritmo mais lento imposto pela idade. Então as características da espécie deve casar também com estas questões. Você não vai dar a sua vó diabética um papagaio, ora, se ele resolver bicar e ferir as chances de complicações são bem altas;

g. Adoro ficar agarrada com minha ave – Algumas espécies como Ararajuba por exemplo, precisam e gostam de estar grudadas ao dono, já outras não suportam tanto contato físico, é mais fácil você procurar uma ave que atenda essa sua necessidade, do que moldar uma ave de característica arisca a adorar afago, pode ser frustrante para ela, ou para ambos; h. Manejo – Algumas aves como os lóris tem alimentação liquida, logo exigindo um manejo especifico, com maior troca de alimentos e as fezes mais liquidas, para algumas pessoas isso pode ser incomodo ou trabalhoso, para outros é só um detalhe diante da grande beleza e alegria desta espécie. Outras aves pulam muito como os tucanos exigindo outros tipos de cuidados. Algumas espécies como Corujas se alimentam de carne de animais vivos ou congelados (ratos, pintinhos), algumas pessoas não suportam sequer a ideia de ter rato congelado na geladeira, algumas tentam driblar este ponto dando carne bovina moída, de novo o homem tentando adaptar a ave a ele e não o contrário,as corujas precisam comer o animal inteiro com pêlo, unha, ossos e etc .Estes detalhes fazem diferença na hora que você joga dentro da sua realidade.

Enfim, os tópicos abordados são só o fio da meada neste quesito, na verdade isso tudo é pra dizer, que antes de trazer um bicho pra casa é importante saber se ele é de verdade o que você estava esperando e se você pode retribuir respeitando as características e necessidades dele. Nenhuma ave é só a fofura que vemos na internet, Pesquise, Leia, Pergunte e Escute atentamente várias pessoas. Ao longo da semana iremos postar a sequencia desta série.

Texto Adna Dantas Redatora e Administradora do Diário de Um Papagaio

Fundadora do Diário

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