Saúde

Meu nome é vítima, eu poderia estar viva hoje!

15 de março de 2016

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Meu nome é vítima, eu poderia estar viva hoje!

Não vou julgar meu dono, como ave, não sei dizer se foi descaso ou desconhecimento. Me acidentei, minhas unhas enormes prenderam nas grades da gaiola,malha de calopsita é bem mais apertada. Eu me debatia, tentava me soltar, quanto mais me batia, mas difícil ficava, mas dor sentia. De tanto me bater nas coisas e nas grades tive fratura múltipla nas duas asas e pernas. Estou aqui com Dr. Octávio Lisboa (Medicina de Aves), além das fraturas vistas através do RX, tenho sacos aéreos rompidos, ele lutou pra me estabilizar, para que eu pudesse suportar a cirurgia, eram tantos ossos quebrados, respirar é tão dolorido. Eu pensava na minha mãe, na minha casa, mas dói tanto, estou tão cansado, me sinto tão fraco, meu corpo entrou em choque, não suportei, tentei muito, muito mãe e pai, me perdoem, mas não suportei. 

Deixo para vocês que estão lendo o exemplo da minha vida, que ao menos sirva como exemplo, ATENÇÃO:

  1. Minhas penas que deveriam ser verdes estão amareladas devido a alimentação incorreta, sei que sementes e girassol é super barato, mas se gastar com uma boa alimentação extrusada vou te retribuir em beleza, saúde e anos de alegria, pense na economia com médicos e medicamentos;
  2. Também devido ao excesso de girassol meus ossos estavam fracos, porosos, por isso partiram fácil, de novo a alimentação errada;
  3. Cuide para que as unhas das suas aves tenham desgaste, muitos lugares cobram baratinho para aparar, galhos de árvores frutíferas também ajudam no desgaste da unha, nas lojas existem poleiros com lixa na parte de baixo, não machuca nosso pezinho e desgasta a unha, se me fizer um cafuné e um petisco, e você com amor me mostrar que não dói eu posso deixar você lixar também;
  4. Procure sempre uma gaiola ou viveiro adequado pra cada ave, tanto o tamanho como a largura da malha, se fosse uma malha mais adequada pra mim eu teria conseguido me soltar.


  Não vamos nos estender, julgar os porquês, o estado de saúde deficitário da ave independente do acidente é nítido. As penas sem brilho, quebradiças, amareladas, repicadas GRITAM pra todo mundo ” por dentro não estou nada bem!”. As unhas enormes falam por si. É importante destacar aqui a necessidade dos exames como RX, exames de sangue e internação quando necessário, muitos procedimentos e dependendo do quadro necessita de um profissional acompanhando, muitas vezes é necessário medicação injetável por exemplo, internar ou não pode significar salvar ou não sua ave. Não deixe, para no momento de acidente descobrir um bom médico veterinário de aves, o organismo da ave é bem peculiar, muito diferente dos mamíferos como cachorro e gato, com isso a sua resposta a medicamentos é muito diferente, isto exige um profissional habilitado e experiente. Pesquise, pergunte, peça referência e tenha já anotado o número de bons especialistas e clinicas, inclusive as que tem plantão.   Quando pensar em ter uma ave, se segure, pense, pegue um papel e pense no pacote:

  1. Preço da ave (só uma vez);
  2. Viveiro adequado, de boa qualidade, pintura em epóxi , a contaminação por metal é bem grave (de tempos em tempos vai ter que trocar);
  3. Ração extrusada, frutas, legumes, castanhas e sementes; (vida inteira)
  4. Consulta e exames (anual);
  5. Despesas médicas de urgência (imprevisível);
  6. Brinquedos (sempre que estragar );
  7. Tempo para limpar, lavar, trocar água e botar comida (diariamente);
  8. Tempo dedicado para brincar e interagir com a ave (diariamente);
  9. Abdicar de sair e viajar quando não conseguir quem cuide delas;

Ter uma ave implica em RESPONSABILIDADE, em dar condições básicas de vida como saúde, alimentação, local adequado, se não consegue atender, pense antes, pra atender os requisitos de:

  1. Botar em qualquer cantinho;
  2. Comer o que tiver em casa;
  3. Brincar e dar atenção só quando der;
  4. Levar no médico é frescura, nada que não consiga pesquisar na net e tratar.

Pra atender esses requisitos um papagaio de pelúcia é perfeito. Criar é preservar, porém com responsabilidade, se não pode dar dignidade e qualidade de vida, melhor que fique no criadouro, ou que vá para um bom lar. Sabemos que o amor é fundamental, mas sozinho não é suficiente, na vida real, não paga a comida, casa, segurança nem a conta no veterinário.

Fundadora do Diário

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