Entre a Fofura e o Instinto
Cães e Gatos são predadores naturais das aves, importante falar que as espécies não tem culpa, não são ruins, elas apenas cumprem seu papel, assim , o titulo se refere a toda fofura inerente as três espécies cães, gatos e aves, mas também aos comportamentos e instintos inerentes a cada um.
A convivência harmoniosa entre espécies é um ideal muito buscado pelos amantes de bichos. Neste interim, dominar a natureza, controlar ou alterar é para muitos uma busca constante e incansável, mesmo que ao longo da história, a natureza sempre nos deu provas da insignificância do ser humano frente a sua força.
Antes de prosseguir, gostaria de esclarecer que em tudo existe casos excepcionais, mas de maneira geral, prevalece a regra quanto a convivência entre espécies. Podemos dividir os animais em dois grandes grupos: Predadores e Presas.
Dentro da capacidade do ser humano, por habilidade ou preparação técnica de profissionais como Biólogos por exemplo, temos a condição de domesticar, moldar, educar, porém, é fundamental que se entenda, que mesmo o animal mais bem treinado, não teve apagado de sua natureza seus instintos mais primitivos, ou seja, estará sempre lá, e um dia pode vir a tona.
Instinto – impulso interior que faz um animal executar inconscientemente atos adequados às necessidades de sobrevivência própria, da sua espécie ou da sua prole.
Dentro da racionalidade, flutuando, sondando, passeando, tentando, tem cheiros, hormônios, olhares, arrepios, sinais, sinais e sinais transmitidos entre caça e caçador que ativam o campo medo, caça, sobrevivência. O simples cheiro de um gato ou rato é suficiente para deixar uma ave tensa e em estado de alerta.
Quando falamos de seres vivos, estamos navegando nas águas da subjetividade, onde fatores como personalidade, temperamento, família, manejo, histórico de vida e mais uma centena de coisas interferem nas atitudes das pessoas e bichos. Assim, alguns cachorros ou gatos são mais tranquilos, convivem com diversas espécies sem problemas, muito mansos, enquanto outros tem o instinto de caça a flor da pele, temos exemplo disso aqui em casa, minha shih-tzu Cacau com sua carinha de anjo fofo, não pode ver nada que se mova na frente dela, que seja ave, gato, barata, lagartixa, enfim, passou rebolando ela caça e traz pra casa.
É importante salientar que são muitos os relatos de acidentes entre aves, cães e gatos que conviveram harmoniosamente por décadas até o dia do acidente fatal. Como os humanos, os bichos tem aqueles dias que estão de saco cheio, ou cansados, com sono, estressados, com dor, na velhice uma artrite que ainda ninguém percebeu, nessas horas, a paciência fica curta. A ave por sua vez quer brincar, fica lá tirando o sossego, o grande estoura, e ele não pra machucar, mas pra se fazer entender que “hoje não tô afim!”, acaba por dar uma mordida de aviso ou uma patada que pra ele nem era isso tudo, mas pra fragilidade da ave é muitas vezes fatal.
Tenho como característica pessoal, optar sempre pela prudência, desse modo, dá mais trabalho, porém consigo reduzir muito os riscos. Como prudência optei deixar separado, queria salientar alguns pontos:
1. Você tem ave em casa e vai trazer um filhote de cão ou gato- A ave já é dona do território, o filhote está chegando e vai crescer acostumado a interação com a ave, é uma situação bem mais confortável e com maior chance de sucesso (pesquise a espécie antes, isso faz muita diferença);
2. Você tem cão ou gato em casa e vai adquirir uma ave – Nesse caso a situação já complica por diversos quesitos: eles são mais fortes, já se entendem donos do território, pode ou não aceitar a presa deliciosa no bando, depois de tanto tempo de exclusividade, o ciúme é bem perigoso.
3. Manter separado é bem prudente;
4. Ter gaiolas fortes e com boas fechaduras é necessário, gatos e cães conseguem facilmente arrebentar gaiolas mais frágeis;
5. Ter em casa estrutura que permita criar em ambientes separados se necessário;
6. Tipo de espécie da ave é fundamental para cada caso, considerando que:
-Pequenos passeriformes como canario por exemplo, vivem em gaiolas muito bem, ao contrário de psitacídeos como papagaio e arara que querem sair, brincar e interagir com os donos, isso demanda no caso de múltiespécie que se tenha total atenção quando estão todos juntos ou ter ambiente separado para soltar.
7. Em caso de ataque, quando não há óbito, mesmo que sejam arranhões superficiais, devido as bactérias presentes na saliva dos mamíferos, e da falta de anticorpos específico para elas no organismo das aves é muito importante que se leve ao médico veterinário para dar atendimento e ver a necessidade de exames e medicamentos.
8. Na saliva de Cães e Gatos existem uma bactéria em especial chamada de Pasteurella que quando infecta a ave pode evoluir rapidamente para um quadro de septicemia (Infecção generalizada) levando a ave a óbito.
9. Algumas espécies de aves como papagaios são territorialistas e sofrem ações de hormônios nas épocas de reprodução, isto pode gerar o inverso, a ave atacar o gato ou cão, que por sua vez revida.
Quem deseja arriscar e ter um bando multiespécie convivendo junto, o ideal é procurar ajuda profissional de um especialista em comportamento para que lhe oriente a como fazer esta integração.
Texto: Adna Dantas – Redatora e Administradora do Diário de Um Papagaio
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Fotos: Schnauzer e Ararajuba Andressa Ullmann) Gato com ave ( Fonte Net)