Saúde

Perigo – Acidente com Mosquetão

13 de fevereiro de 2017

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Perigo – Acidente com Mosquetão

Estamos sempre falando aqui sobre acidentes domésticos e segurança para nossos psitacídeos. Difícil não pensar no quesito “Brinquedos”, este além de necessário para evitar quadro de stress, ajuda na cognição e bem estar da ave.

Porém, nós tutores nos pegamos sempre pensando como resolver o dilema de fornecer brinquedos seguros. Hoje vamos falar sobre um ponto específico deste tema: “Como pendurar os brinquedos de forma segura?”

 Bem, este é um dilema que me assombra desde que comecei a pesquisar sobre o assunto e me deparar com os acidentes, sobre as opções:

  1. Pendurar com corda de Sisal – Temos registros de vários acidentes, seja a ave se enrolando e se enforcando na corda, até as que gostam de roer e ingerir, resultando num bolo no sistema digestivo que quando não mata se faz necessário cirurgia para retirada.
  2. Uso de correntes – Também temos registro de acidentes do tipo prender a língua, como também a intoxicação por metais pesados.
  3. Plástico – A maior parte das aves conseguem quebrar ou roer e até engolir pedaços plásticos, podendo causar obstrução, é um material de difícil detecção em RX.
  4. 4.Tecidos – Algumas aves adoram roer tecido o que pode ocorrer a formação de bolo interno como ocorre com as cordas.
  5. Cordas e fios em geral – costumam causar diversos tipos de acidentes, de enforcamento a perda ou fratura de membros.
  6. Ganchos – Inúmeros casos de danos ao bico causado por ganchos de pressão;
  7. Mosquetão – Considerado por muitos como seguro, este também pode causar sérios danos.

 Analisando tudo isso, voltei pro dilema, se não posso usar corda, corrente, plástico, fio, tecido, ganchos e mosquetões o que fazer?

 A equipe do Diário de Um Papagaio acompanhou um acidente com mosquetão, que ocorreu da seguinte forma:

 O papagaio paco estava brincando e ao decidir brincar com o mosquetão que prende o brinquedo a gaiola, o mesmo por não ser rosqueado, abriu e perfurou a região da garganta, abrindo um buraco na língua do papagaio. Os proprietários não estavam em casa, e os pedreiros que viram tudo decidiram usar uma maquina chamada maquita para retirar o mosquetão. Os proprietários levaram o papagaio a Exotic Pets e após avaliação e exames foi feito a cirurgia, internação e a ave só foi liberada após já estar conseguindo se alimentar sozinha.

               

 Perguntamos ao M.V Alessandro Bijeni (Exotic Pets Clínica Veterinária : (11) 5041-0652
Tel celular: (11) 97419-6570) que atendeu o Papagaio.

 DUP – Bom Dia! Dr. Alessandro, quais as conseqüências de um acidente com mosquetão?

M.V Alessandro  Bijeni – Em relação a consequênia, tudo depende da gravidade do acidente. Fato que o animal pode vir a óbito, sem dúvidas. O animal pode ter perda de sangue muito grande, gerando diversos problemas. Deve-se lembrar que mesmo um acidente mais simples, o animal terá dor…precisando sem dúvidas de cuidados e medicação.

DUP-  Existe algum tipo de mosquetão seguro?

M.V Alessandro  Bijeni – Existem diversos tipos de mosquetão…claro que os mais complexos são mais seguros, mas tudo depende do porte do mosquetão em relação ao tamanho e também inteligência da ave do recinto. Falando de psitacídeos, um mosquetão mais bruto e resistente, com certeza seria seguro por exemplo para um periquito ou calopsita por exemplo. São mais seguros para animais pequenos e com uma inteligência menos avançada em relação a outros. Pensando por exemplo em grandes araras e cacatuas, não vejo mosquetões seguros para estes.

 DUP – Este tipo de acidente é comum?

M.V Alessandro  Bijeni – Não costumo ver com tanta freqüência.

 DUP – O mosquetão foi retirado em casa, qual o risco?

M.V Alessandro  Bijeni –  Principalmente hemorragia…quando a estrutura é removida, o tecido lesionado passa a ficar exposto, aumentando a possibilidade de perda sanguínea. 

DUP – O que fazer em caso de acidentes como esse?

M.V Alessandro  Bijeni – SE POSSÍVEL, não remover a estrutura e procurar ajuda de um profissional da área. 

DUP – Obrigado, agradecemos os esclarecimentos.

M.V Alessandro Bijeni, Adri Raguza e Paco

 Voltando ao nosso dilema, costumamos dizer aqui que não existe material seguro quando se trata de psitacídeos, principalmente os maiores com maior poder destrutivo. O que podemos fazer é tentar reduzir o risco, avaliar local, forma de colocação, espécie e hábito da ave, a supervisão e observação são fundamentais para reduzir os riscos.

 Dicas:

 Calopsitas e Jandaias adoram roer, principalmente fiapos, então no caso delas, linhas, cordas e tecidos são sempre risco de ingestão desse material;

  1. Evite posicionar cordas ou fios de modo que favoreçam a formação de laços, o que comumente causam acidentes com enforcamento ou fratura e/ou perda de membro;
  2. Correntes devem ser evitadas sempre que possível;
  3. Evitem pequenos ganchos de pressão, dê preferência ao mosquetão;
  4. O mosquetão considerado mais seguro (nunca 100%) é os rosqueados, de boa qualidade e fortes o suficiente para que a ave não quebre;
  5. O bico de uma grande arara ou cacatua por exemplo quebra facilmente qualquer tipo de mosquetão;
  6. O que observei aqui é que quando temos uma boa quantidade de brinquedos, local adequado e atividades diversas, as aves tendem a estar mais relaxadas e menos destrutivas;
  7. Aves que ficam confinadas por longas horas tendem a desenvolver quadros de stress e serem mais destrutivas;
  8. Para pendurar pequenos brinquedos e alimentos utilize o fio de papel, aqueles utilizados em sacolas de presente, no caso de ingestão não ocasionara problemas na ave;
  9. Evite brinquedos com pequenas peças como miçangas ou outros que possam ser engolidos;
  10. Forneça materiais para que a ave possa roer e se distrair como: Galhos de árvores frutíferas, tijolos, coco.

 Acidentes domésticos são mais comuns do que imaginamos, tenha sempre em mãos o número de contato do seu médico veterinário especialista em aves e também de uma urgência veterinária.

Fundadora do Diário

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