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Meu nome é Maria Arara, Fui assassinada!

13 de junho de 2016

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Meu nome é Maria Arara, Fui assassinada!

Você vai pensar em mil coisas, você vai supor mil coisas, vai exaustivamente desenhar vários rostos de assassinos na sua mente, vai pensar em traficantes, em caçadores, ladrões, vagabundos, gente ruim, monstros, vai puxar da sua mente o que tem de mais repugnante e depois vai se chocar, vai ficar sem chão, sem palavras, no segundo momento vai sentir medo, indignação e um profundo e dilacerador sentimento de insegurança e injustiça, tudo isso quando descobrir que meu assassino era um vizinho, como tantos outros,  pagador dos seus impostos, o que chamamos de cidadão normal.

“O que posso dizer a vocês? ” o perigo mora ao lado, na vizinhança, no seu bairro, cuidado!.”

Meu nome é Maria Arara, e como a mãe de Jesus, eu também tinha meu José. Nascemos em outubro de 2014, somos da espécie Arara ararauna (Arara Canindé),fomos para uma linda casa, alimentação adequada, um viveiro enorme que infelizmente poucas aves tem, podíamos afirmar em nossa inocência de arara que tivemos sorte, um pai e mãe amorosos, cuidadosos.

 

A partir de janeiro/16 o clima aqui no viveiro ficou tenso, meus pais estressados, e nós, Eu e José ficamos confusos, estressados e com medo. Diariamente um vizinho nos molhava de mangueira do nada e sem explicação, nunca sabíamos quando ia vir um jato de água forte, isso começou a gerar em mim e José uma ansiedade, um estado de alerta quase que permanente tentando adivinhar quando seriamos molhados, aqui posso dizer com certeza, estávamos sendo torturados. Acordei no céu das aves, sem meu José, cheia de saudades e sem entender bem o que aconteceu, deixo vocês agora com o relato de meus pais, quanta saudade tenho dos carinhos, mas eles podem explicar melhor como vim parar aqui.

Relato dos pais:

Nosso tormento começou a partir de janeiro/16, começaram a molhar nossas araras com mangueira de jardim por não gostar ou se incomodar com os sons delas. Por mais de 10 vezes chamamos a policia, sem sucesso. O vizinho já seguiu minha esposa de carro, já foi chamado para prestar esclarecimentos na Policia de Conciliação da Guarda Municipal, assumiu sem pudor nenhum que jogava água. Triste é ver o despreparo, Araras, animais silvestres controlados pela União, sendo torturados (sim isso é tortura física e psicológica) e nada aconteceu.

Maria Arara foi assassinada no dia 28/05/16, por envenenamento (veneno de rato), não temos foto do crime, não temos como provar a autoria, porém, deixo pra vocês refletirem e buscarem respostas, vou deixar pra vocês uma pergunta “Quem assassinou Maria Arara?”  e para lhe ajudar segue pistas:

-Elas eram torturadas com água diariamente, o agressor confessou;

Fez ameaças de jogar bombinhas e cumpriu, jogou pelo menos 3 vezes bombinhas no muro do viveiro, fato esse registra no B.O feito em março/16;

-O vizinho declarou “Isso não vai terminar bem!”, “Vai ter confusão!”,ameaças  registradas em B.O (março/16); -Ele tem acesso pelo muro ao viveiro; -Tem fama de encrenqueiro no bairro (será que pode viver em sociedade? será que vai aniquilar ou eliminar todos que lhe incomodarem?); – Chegar ao ponto da esposa ligar exigindo a mudança de local do viveiro, e ao ser informada que não tínhamos como fazer isso, afirmou que “Então vou ver o que faço!”

-Depois do assassinato de Maria Arara parou a tortura com água mesmo com a Arara José continuar gritando pela manhã; -Foi instalado uma câmera de segurança no viveiro, nesse lado de muro que dá acesso ao viveiro, o vizinho quebrou a câmera;

-O viveiro se localiza longe da rua, no meio do imóvel;

-O viveiro faz divisa com o muro do vizinho, e com mais ninguém; https://youtu.be/Q91GQG2SZD0

– A esposa dele, ligou duas horas antes da morte da arara (6:48hs), “As araras estão fazendo muito barulho, você pode dar um jeito?” Respondi que estava viajando e que o tratador chegava as 7:00hs. Ela respondeu: “Então vocês não estão em casa? – No dia da morte o suspeito, esperou eu passar na frente da casa dele, para sair pra rua e sorrir com escárnio, meu coração bateu forte, mas apenas olhei pra ele e disse: A bichinha foi fazer a necrópsia”, ele apenas respondeu: ” Ne o que?”, só fiz dar as costas e sair;

O tratador chegou as 7:30hs, só José comeu, a Maria Arara veio a óbito as 9:00hs.

Alguém pode até achar que isso ocorreu  por se tratar de pessoas não esclarecidas, ou sem acesso as noções básicas de moral, ética e cidadania, isto ocorreu em bairro nobre de São Paulo, em pleno século 21, numa das maiores metrópoles do mundo. A necropsia foi concluída, foi constatado morte por envenenamento de raticídeo (veneno de rato) , o caso está na delegacia. Não podemos deixar este caso ser mais um nos arquivos das delegacias deste país, precisamos fazer alguma coisa, mobilizar as pessoas, cobrar das autoridades que este criminoso seja julgado e pague pelo crime que cometeu, as Araras estão em perigo de extinção por ação da devastação de seu habitat, por ação do tráfico de animais silvestres, e agora sendo assassinadas a sangue frio, se não fizermos algo, em pouco tempo, teremos com os silvestres o quadro que vemos hoje com cães e gatos sendo envenenados as dezenas e não dando em nada. Como é um animal protegido e controlado pela união, pedimos que as autoridades competentes como Policia Ambiental, Ibama e Policia Federal entrem no caso. Pedimos pela vida de Maria e também como cidadãos que nossos direitos sejam preservados e nossa segurança garantida. Se você também, como nós, ficou com nó no estômago de indignação, de revolta, se está cansado de ver tantas vitimas de assassinos de animais inocentes, se algo dentro de você grita por justiça, compartilhe essa história, ninguém suporta mais impunidade.

Matéria baseada nos relatos dos tutores de Maria Arara

 

Fundadora do Diário

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