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Renasci com as aves!

21 de junho de 2016

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Renasci com as aves!

O que é uma ararinha, um cachorro, um gato? Podemos adquirir outro né? Pois escrevo um pouquinho da minha experiência e o que os “bichinhos” fizeram comigo. Sou casada, tenho um ótimo  marido. Tenho dois filhos adultos lindos que nunca me deram qualquer trabalho. Uma vida sem luxos mas nada nos falta.

Em outubro de 2013 um susto, uma gravidez quase completando 43 anos… Mas foi questão de horas para me apaixonar pela ideia e me render a esse amor. Um bebê, um recomeço, mamadeiras e fraldas com uma filha de 24 anos? Rs porque não? Esperei os 3 meses  e na virada de ano contei para a família. Porém no quinto mês de gestação o coraçãozinho do meu Rafael  não queria mais bater. Ele era portador de uma síndromes severa. Trissomia do cromossomo  18, síndrome  de Edwards.

Rafael nasceria em plena copa, já estava tudo preparado.

Fui para a maternidade. O parto foi induzido e ele nasceu. Sem o choro, sem movimentos, sem vida……. Parecia tão perfeito, só eu vi  meu Rafinha. Era lindo apesar do pouco peso. Os pezinhos,as mãozinhas tão pequenininhas mas já com as unhas se formando. Dor indescritível, dor que dilacera o coração  e a alma. Dor que faz perder a vontade de acordar e levantar da cama, dor tão grande que escapam pelos olhos  escorrendo lágrimas e mais lágrimas e faz uma mãe  gritar de tristeza. Os dias foram passando, fui procurar terapia, parte de mim foi arrancado. Nunca vai passar, nem o tempo diminui esse sentimento  porém o tempo faz com que a gente se acostume com a dor.

“Os dias, as semanas e os meses após a perda de um bebê são extremamente difíceis e dolorosos, com sensações alternadas de tristeza, choque, luto, depressão, culpa, raiva, ressentimento e vulnerabilidade. Você pode se sentir distante e irritada, incapaz de se concentrar, comer ou dormir direito. Às vezes uma exaustão física também se apodera de você, tornando qualquer tarefa ou movimento um fardo. Com o passar do tempo, haverá horas ou até dias em que você começará a retomar a vida normal, para, de repente, ter uma recaída de tristeza. Lembre-se: cada pessoa reage às perdas de um jeito diferente, e não há modo certo ou errado de se sentir.” (Fonte Baby center Brasil)

Depois de um ano ganhei o Paco papagaio, ficamos com peninha dele sozinho e meu marido trouxe o Zé Pedro outro papagaio… e assim cuidei dos meus  bebês..papinha..cobertorzinho rs, é como ter um filho, só que não sai do ventre, meus filhos de penas foram gerados e cresceram no coração.

  

Vivi com eles a fase das papinhas, das primeiras palavras, das brincadeiras, de ver aprender pegar a comida e levar no bico, das artes, Deus me levou um filho, meu Rafa, meu amor. Deus me deu vários filhos de asas, e multiplicou amor. A vontade de sorrir começou a voltar. Os barulhinhos que eles começaram a fazer… era muito legal. Um dia fomos comprar ração, o Zé Pedro  só queria papa no bico.. mas ele tinha que aprender  comer sozinho oras. Quando  vi uma Cacatua Corella , me apaixonei na hora pelo Gaspar , ele era terrível,  ligado no 220…. e as gargalhadas voltaram a minha casa.

A aproximadamente cinco (5) meses ,tive uma crise de depressão  e pânico,comecei me tratar com mais seriedade, foi nessa época que vi a Pietra, uma cacatua Alba de 4 meses. Muito amorosa, linda.

Vocês podem estar se perguntando: O que eles tem de importante? Fora 3 cachorros? Pra que tanto drama? Eles tomaram o lugar do filho que perdi?

Claro que não, nada preencherá esse vazio, Deus é amor, e amor é uma força multiplicadora que só aumenta, preenche e supri, o amor não precisa tirar daqui pra por ali, nem amar menos um, para sobrar pro outro, ele é doação e só cresce.

As aves, estas são responsáveis por eu pular da cama todas as manhãs  e descer as escadas sorrindo ansiosa para abrir o viveiro e soltar meus bebês e dizer com entusiasmo: Bom dia galeraaaaaaa…. São eles que fazem meus olhos voltarem a brilhar quando os vejo  gritando e se desesperando para subir nos meus braços. Claro que tem dias que me sinto uma árvore, e adubada rsrs. Eles dependem de mim, eles não nasceram na natureza, o máximo que podem fazer é abrir a porta do armário da cozinha e furar os sacos de pipoca e ervilha..são arteiros rs. Eles me trazem alegria, me fazem gargalhar, me distraem quando um pensamento triste  vem me abater.

“As aves são dentre os bichos o que temos de mais perto de Deus, elas sabem quando estamos tristes, podem ler nossos olhos, equilibrar nosso coração, acariciar nossa alma. Elas vêm muitas vezes para nossa vida numa missão de cura, são sensíveis e fiéis amigas, são puras e inteligentes, quando o humano permite elas se ligam com seu interior e os brindam com um profundo sentimento de paz, cicatrizam as feridas, aliviam as dores e plantam lindas margaridas de sorrisos”

Essa pessoa que envenenou Maria Arara (Meu Nome é Maria Arara, Fui assassinada!), mesmo que a justiça terrena não ocorra, ela não cometeu só um crime, mas sim, um pecado e um pecado muito grande. Ele não sabe o que pode causar em uma pessoa ou em uma família  uma atitude dessas. Foi muito sério  o que ele fez, se ele pensa que acabou apenas o o barulho que incomodava tanto,esta extremamente  enganado, ele destruiu muito mais….. Ele não deve ter humor, não deve sorrir e principalmente não deve conseguir conviver com ninguém…pobre CRIATURA. E nesse momento as 18:48 vou ligar o aquecedor…simmmmmm aquecedorrrrr.. porque esta muito frio e eles merecem todos os cuidados e conforto, merecem respeito e um lugar tão especial na minha casa como o que ocupam no meu coração, agora vou dar a papinha para Pietra, deixo com vocês pedacinhos de algumas matérias que copiei  sobre o bem dos animais de estimação na vida das pessoas:

“Cientistas japoneses detectaram que donos liberavam altas doses de oxitocina, o “hormônio do amor”, após brincarem com seus animais.”

“Pessoas que possuem bichinhos geralmente têm boa autoestima, tendem a estar em melhor forma física e são muito menos estressados. Outro achado interessante foi o de que pessoas que se relacionam bem com bichos também se relacionam bem com outras pessoas, ao contrário da ideia de que os animais servem como substituto para o convívio social.”

“Aos adultos e idosos, possuir um animal de estimação pode mesmo afastar o sofrimento, físico e psicológico, diminuindo a tristeza e o medo, tendo um efeito reparador e renovador. Os animais de estimação diminuem o sentimento de solidão e/ou de isolamento, e fazem com que as pessoas sorriam com mais frequência.” “Os animais melhoram o nosso estado de humor. Bastam 15 a 30 minutos de contacto com um animal para uma pessoa sentir-se menos ansiosa e mais bem disposta – a interação entre ambos causa uma diminuição nos níveis de cortisol (hormona associada ao stress) e um aumento na produção de serotonina (hormona associada ao bem-estar).” “Os animais são recomendados às pessoas que sofrem de depressão. As depressões tendem a fazer uma pessoa sentir-se sozinha e isolada do mundo e é aí que entram os animais de estimação – para além de expressarem um amor incondicional para com os seus donos, os animais são todos ouvidos e uma companhia perfeita para quem está a lidar com ou a recuperar de uma depressão. O próprio ato de acariciar um animal de estimação é calmante e ter a responsabilidade de cuidar dele é algo que faz uma pessoa que sofre de depressão sentir-se útil e importante, focalizando-se menos nos seus problemas.”

As aves me tiraram da desesperança, da tristeza, da falta de sentido, de um mundo cinza. As aves coloriram meu céu, penetraram na minha alma vivificando, não deixou de doer, dói, ai abro os olhos e os vejo, a dor vira uma flor, uma linda margarida de sorriso, um grande sol que irradia e acende minha alma, um calor no coração que me move e levanta, um soluço que queria sair e se transforma numa linda gargalhada. Experimente desse amor, ele me salvou!

Texto a quatro mãos, Adna Dantas (Diário de Um Papagaio) e Adri R. Engelberg.

Fundadora do Diário

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